1. Quadro clínico da síndrome: Início precoce
A
maioria dos pesquisadores e clínicos concorda que os sintomas do autismo
infantil, geralmente, iniciam-se antes dos trinta meses de idade. Indicadores
que o processo de desenvolvimento da criança não vai bem podem ocorrer antes
dos seis meses de idade. Crianças que choram demais ou são vistas como muito
quietas pelos pais, crianças que têm pouco contato visual, não mantêm posição
antecipatória ou não prestam atenção aos eventos familiares principais podem
estar apresentando sintomas iniciais da síndrome autista. As alterações no
ritmo do desenvolvimento da criança também costumam ocorrer precocemente.
O
início precoce é um dos principais sintomas que diferenciam o autismo infantil
do transtorno desintegrativo na infância. Na síndrome de Heller, o quadro
clínico se inicia após um período de desenvolvimento normal da criança e,
geralmente, ocorre após os três primeiros anos de vida.
O
DSM não inclui o início precoce como critério diagnóstico, visto que há
relatos de síndromes autistas típicas que se iniciam em pessoas entre 4 e 31
anos de idade, em conexão, por exemplo, com uma encefalite herpética (DELONG,
BEAU, BROWN, 1981).
Interação
social recíproca
Os
distúrbios na interação social dos autistas podem ser observados desde o início
da vida. Com autistas típicos, o contato ‘olho a olho’ já se apresenta anormal
antes do final do primeiro ano de vida (MIRENDA, DONNELLAN, YODER, 1983).
Muitas crianças olham de canto de olho ou muito brevemente. Um grande número de
crianças não demonstra postura antecipatória ao serem pegos pelos seus pais,
podendo resistir ao toque ou ao abraço. Dificuldades em se moldar ao corpo dos
pais, quando no colo, são observadas precocemente. Crianças que,
posteriormente, receberam o diagnóstico de autismo, demonstravam falta de
iniciativa, de curiosidade ou comportamento exploratório, quando bebês.
Frequentemente,
seus pais as descrevem como: "felizes quando deixadas sozinhas",
"como se estivessem dentro de uma concha", "sempre em seu
próprio mundo”. Os autistas têm um estilo ‘instrumental’ de se relacionar,
utilizando-se dos pais para conseguirem o que desejam. Um exemplo de modo
instrumental de relacionamento ocorre quando a criança autista pega a mão de
sua mãe e a utiliza para abrir uma porta em vez de abrir a porta com sua
própria mão.
FRITH
(1991) sugere que a falha básica nos autistas é a incapacidade de atribuir aos
outros indivíduos sentimentos e pontos de vista diferentes do seu próprio, concluindo
que falta a essas crianças uma "teoria da mente". Esse fato faz com
que a empatia da criança seja falha, afetando sentimentos básicos, como medo,
raiva ou alegria. As pessoas, os animais e os objetos acabam sendo tratados de
um mesmo modo, visto que a criança não percebe a diferença entre um indivíduo
que pensa e tem desejos e um objeto inanimado.
As crianças autistas não compreendem como se estabelecem as relações de amizade. Algumas não tem amigos e outras acreditam que todas as crianças de sua sala de aula são seus amigos.
A
indiferença em dividir atividades e interesses com outras pessoas também é um
sintoma marcante (a habilidade em mostrar objetos de interesse para outras
pessoas ocorre no primeiro ano de vida, e a ausência desse sinal é um dos
sintomas mais precoces do autismo infantil).
Os autistas apresentam dificuldades em manter um contato social inicial, demonstrando problemas para sustentar esse contato, com frequência interrompido prematuramente.
Com o passar dos anos, as anormalidades de relacionamento social tornam-se menos evidentes, principalmente se a criança é vista próxima de seus familiares. A resistência em ser tocado ou abraçado bem como o evitamento no contato visual tendem também a diminuir.
Os autistas apresentam dificuldades em manter um contato social inicial, demonstrando problemas para sustentar esse contato, com frequência interrompido prematuramente.
Com o passar dos anos, as anormalidades de relacionamento social tornam-se menos evidentes, principalmente se a criança é vista próxima de seus familiares. A resistência em ser tocado ou abraçado bem como o evitamento no contato visual tendem também a diminuir.
Linguagem
e comunicação
Quando
os autistas começam a se utilizar da linguagem (ou falham em começar), os pais
passam a perceber com mais clareza que seus filhos são diferentes das outras
crianças da mesma idade. Muitas vezes, é o atraso na aquisição de linguagem
verbal que faz com que os pais procurem ajuda médica.
Apesar
desse fato, sinais de dificuldades na capacidade de comunicação das crianças
autistas são evidentes mesmo antes do período de aquisição da linguagem verbal,
mas passam desapercebidos pelos pais. Nas crianças autistas, a comunicação não
verbal precoce é usualmente limitada ou inexistente. Bebês rapidamente
desenvolvem uma habilidade de se comunicar por meio de sinais não verbais:
demonstram suas emoções pela expressão facial, procuram por objetos de
interesse ou por pessoas, antecipam-se para obter contato físico com seus pais.
O mesmo não ocorre com crianças autistas.
Usualmente,
crianças autistas demonstram sérios problemas na compreensão e utilização da
mímica, gestualidade e fala.
Desde
o início, os jogos de ‘faz de conta’ e de imitação social, amplamente
observados nas crianças com desenvolvimento normal, são falhos ou inexistentes.
Quase sem exceção, os autistas apresentam atraso ou ausência total no desenvolvimento da linguagem verbal, que não é compensado pelo uso da gestualidade ou outras formas de comunicação. Apesar de não demonstrarem alterações significativas no balbucio (DAHLGREN & GILBERG, 1989), metade dessas crianças não adquirem linguagem verbal e, as que adquirem, apresentam sérios desvios de linguagem. Aproximadamente 37% das crianças autistas começam a falar as primeiras palavras normalmente, mas param de falar, repentinamente, entre o vigésimo quarto e o trigésimo mês.
Quase sem exceção, os autistas apresentam atraso ou ausência total no desenvolvimento da linguagem verbal, que não é compensado pelo uso da gestualidade ou outras formas de comunicação. Apesar de não demonstrarem alterações significativas no balbucio (DAHLGREN & GILBERG, 1989), metade dessas crianças não adquirem linguagem verbal e, as que adquirem, apresentam sérios desvios de linguagem. Aproximadamente 37% das crianças autistas começam a falar as primeiras palavras normalmente, mas param de falar, repentinamente, entre o vigésimo quarto e o trigésimo mês.
Os
autistas que desenvolveram linguagem apresentam dificuldades marcantes em iniciar
ou sustentar diálogos e, muitas vezes, apesar de se utilizarem da fala, não
visam comunicação.
Nas crianças que falam, o uso restrito e estereotipado da linguagem é bem descrito. Por exemplo, KANNER (1943) descreveu uma menina autista que seguia uma rígida rotina antes de ir dormir, exigindo que sua mãe participasse de um diálogo que era idêntico dia após dia. Outros aspectos da linguagem restrita e estereotipada são a ecolalia imediata ou tardia, a inversão pronominal, a linguagem metafórica e a invariabilidade do ritmo e tonalidade da linguagem verbal.
Nas crianças que falam, o uso restrito e estereotipado da linguagem é bem descrito. Por exemplo, KANNER (1943) descreveu uma menina autista que seguia uma rígida rotina antes de ir dormir, exigindo que sua mãe participasse de um diálogo que era idêntico dia após dia. Outros aspectos da linguagem restrita e estereotipada são a ecolalia imediata ou tardia, a inversão pronominal, a linguagem metafórica e a invariabilidade do ritmo e tonalidade da linguagem verbal.
Repertório
restrito de atividades e interesses
Completando
a tríade diagnóstica, um repertório restrito e pouco criativo de interesses e
atividades ocorre com as crianças autistas.
Os
interesses da criança autista costumam ser anormais, principalmente, em seu
foco e intensidade. Por exemplo, indivíduos autistas podem aprender uma vasta
quantidade de informações sobre um determinado assunto, tal como carros ou
novelas, memorizando uma gama de informações e conversando de forma insistente
e estereotipada sobre o assunto por eles escolhido. Em sua atividade lúdica,
costumam focar seu interesse em apenas um determinado brinquedo ou determinada
maneira de brincar (ex.: ficam enfileirando os carrinhos durante horas)
Os
indivíduos autistas apresentam uma insistência na ‘mesmice’, que se apresenta
pelo seu comportamento inflexível e suas rotinas e rituais não funcionais, por
exemplo, costumam seguir sempre determinados caminhos até a escola, têm rituais
para dormir ou se alimentar. Mudanças no ambiente que a criança costuma frequentar
podem causar episódios de agitação psicomotora e agressividade. Mudanças
mínimas no ambiente costumam causar quadros mais severos de agitação do que
mudanças maiores. Por exemplo, uma menino autista de 5 anos chorou durante
quase uma hora até sua mãe perceber que havia retirado um livro de sua estante;
ao ter o livro reposto, parou de chorar em segundos.
As
rotinas e rituais costumam se agravar na adolescência, chegando até a
caracterizar um diagnóstico de transtorno obsessivo-compulsivo.
Frequentemente,
crianças autistas vinculam-se de forma bizarra a determinados objetos ou partes
de objetos, tais como pedras, fios, a roda de um carrinho. Adoram objetos que
brilham ou que giram (por exemplo, tampas de panelas). Os objetos, usualmente
selecionados a partir de uma característica particular (cor, textura),
permanecem com a criança durante horas ou dias, e sempre que alguém tenta
removê-los, a criança torna-se inquieta ou agressiva, resistindo à mudança.
Movimentos
corporais estereotipados são comuns e apresentam-se sob a forma de
"flapping", balanceio da cabeça, movimentos com os dedos, saltos e
rodopios. Esses movimentos costumam ocorrer, principalmente, entre os mais
jovens e os que têm um funcionamento global mais baixo. Apesar de também estar
presentes nas crianças que apresentam apenas retardo mental, nos autistas os
movimentos costumam ser mais elaborados e intensos.
Comportamentos
inespecíficos associados ao autismo
Apesar
de comumente associadas à síndrome, várias características clínicas não são
incluídas nos critérios diagnósticos. Crianças com autismo mostram, em geral,
um padrão cognitivo desigual e, frequentemente, têm uma melhor performance nas
tarefas não verbais e visuoespaciais do que nas tarefas verbais. Sintomas
comportamentais associados à síndrome incluem hiperatividade, curto tempo de
atenção, impulsividade, comportamento agressivo, acessos de auto agressividade
e agitação psicomotora. Algumas pessoas com autismo têm respostas extremas aos
estímulos sensoriais, tais como hipersensibilidade a luz, som, toque, e
fascinação por certos estímulos auditivos ou visuais. Distúrbios do sono e da
alimentação também são comuns nessas pessoas, além de medo excessivo em
situações corriqueiras ou perda do medo em situações de risco.
Esses
sintomas inespecíficos, apesar de não fazerem parte dos critérios diagnósticos
primários, são os que mais trazem problemas para a família e a equipe
terapêutica, fazendo com que as crianças, muitas vezes, tenham que ser
medicadas com psicotrópicos, para um melhor controle desses comportamentos.
2.
Resumo da Discussão dos Resultados
A
concordância entre os diversos avaliadores para o aspecto ISR (interação social
recíproca), no grupo e no geral, foi verificada por meio do cálculo do
coeficiente de Kappa. Constatou-se que houve maior concordância entre todos os
avaliadores, para os autistas, nos itens ISR02, ISR03, ISR06 e ISR08. Apesar de
as médias indicarem uma baixa concordância entre os avaliadores, ao observarmos
a concordância entre cada par de avaliador notamos que nas questões ISR02,
ISR03, ISR06, ISR08 há índices que indicam concordância de média a alta entre
pelo menos três pares de avaliadores. Ocorreu maior concordância entre as respostas
dos profissionais do que entre as respostas dos pais. Os profissionais parecem
concordar mais do que os pais quanto à interação social recíproca (os índices
obtidos pelas questões ISR03, ISR06 E ISR09 indicam uma alta concordância entre
os profissionais).
As
questões que apresentam maiores índices de concordância referem-se às falhas
das crianças autistas na percepção de pessoas e acontecimentos ao redor, na
procura por contato e interação social e no reconhecimento de controles
sociais, reforçando que os déficits de empatia são fundamentais para o
diagnóstico da síndrome autista. FRITH (1991) sugeriu que a falha básica no
autismo infantil é a falta de desenvolvimento precoce de uma "teoria da
mente", levando a criança a não conceber que outras pessoas pensam e têm
sentimentos. O não desenvolvimento de uma teoria da mente levará a um
inevitável déficit de empatia. Tal déficit, contudo, não afeta a habilidade da
criança de observar o mundo e manter sua razão lógica.
Ainda
que os sentimentos, tais como medo, raiva, alegria, estejam necessariamente
afetados em crianças que apresentam déficits de empatia, ocorreu uma baixa
concordância na questão ISR01, que se refere à capacidade da criança de
manifestar seus sentimentos e afetos, demonstrando que os aspectos afetivos não
são mais sintomas confiáveis para a realização do diagnóstico. Esse fato
reforça teorias que consideram o autismo, principalmente, decorrente de
comprometimentos na senso-percepção e não decorrente de comprometimentos da
instância afetiva, como inicialmente acreditava Kanner.
Decidiu-se
pela manutenção da questão que se refere ao contato visual, pois, além de ter
havido concordância total entre os profissionais, esse sintoma é um dos
primeiros a ser observados antes do final do primeiro ano de vida da criança
autista e, juntamente com mímica, gestualidade e expressão corporal, é um dos
principais reguladores da interação social.
No
aspecto comportamento estereotipado e restrito (CER), verificou-se um índice
maior de concordância entre todos os avaliadores, para os autistas, nos itens
CER02, CER03, CER06, CER08 e CER09. Essas questões obtiveram taxas que indicam
de média a alta concordância entre todos os pares de avaliadores, sendo que as
questões CER06 e CER09 também obtiveram boa concordância na média dos
avaliadores. Essas questões referem-se à capacidade criativa das crianças
avaliadas, um sintoma necessário ao diagnóstico e com altas taxas de
concordância, quando presentes. Importante ressaltar que essas taxas que
indicam de média a alta concordância só apareceram no grupo das crianças
autistas, não havendo concordância entre os avaliadores das crianças surdas ou
com déficit intelectual sem autismo.
As
questões que se referem às preocupações fora do contexto (CER03), intimamente
relacionadas com ideias obsessivas, e à presença de comportamento compulsivo,
na forma de rituais, também apresentam boas taxas de concordância entre os
pares de avaliadores. A manutenção de rituais e comportamentos motores mais
complexos obtiveram taxas de concordância maiores do que a estereotipia motora
ou posições rebuscadas. Esses comportamentos ritualísticos costumam estar
acompanhados de aumento da atividade motora, estreitamento do campo de
consciência, atenção focada unicamente no ritual, diminuição da vigilância.
Quando forçados a abandonar as práticas ritualísticas, pode-se observar um
quadro de irritabilidade, agressividade e agitação psicomotora.
Quando
as questões se referiram à mímica e gestualidade da criança, os coeficientes
não indicaram uma concordância satisfatória. As questões LEC09 e LEC10 foram
mantidas, apesar de encontrada uma baixa concordância, devido a sua importância
para o estudo das práticas não verbais com crianças autistas e por serem,
juntamente com o contato visual, importantes reguladores da interação social e
fundamentais na diferenciação de crianças com distúrbios da linguagem
expressiva.
Associado
ao quociente de inteligência, a aquisição de linguagem verbal tem demonstrado
ser um importante elemento do prognóstico. Por essa razão, criou-se uma nova
opção de resposta (SR= sem resposta) no aspecto LER, pois tem se verificado que
as crianças que não apresentam linguagem verbal têm um prognóstico pior do que
as que aprendem a falar até cinco anos de idade, embora a fala, muitas vezes,
não objetive comunicação. Esse artifício permite que se perca o importante dado
que é a criança não falar. Sua pontuação é maior por sua importância no
prognóstico das crianças. Nesse aspecto, os dados encontrados não são
específicos da criança autista, sendo encontrada alta incidência de crianças
que não falam entre a população de surdos e com retardo mental.
Embora
os itens do aspecto comportamentos inespecíficos (CIN) não sejam essenciais
para o diagnóstico da síndrome, algumas perguntas do questionário-piloto foram
mantidas, no questionário final (CIN01 a CIN06), por se referirem a sintomas
comportamentais frequentes e com importantes repercussões na dinâmica familiar
e rotina de trabalho com as crianças. Esses sintomas são aqueles associados a
uma excessiva atividade motora com déficit de concentração, auto e
heteroagressividade e comportamentos fóbicos. Foram também esses itens que
obtiveram taxas que indicam de média a alta concordância entre os pares de
avaliadores. As questões associadas aos distúrbios da sensibilidade e compulsão
por alimentos não obtiveram bons índices de concordância. Os itens que
indicaram altas taxas de concordância entre os autistas não obtiveram o mesmo
êxito com as crianças surdas ou com retardo mental puro
A
mãe demonstra concordar mais com os profissionais que atendem a criança,
contrastando com o pai, que costuma discordar mais dos profissionais quanto à
interação social e comportamentos restritos e estereotipados. Creio que esse
fato se deva à presença mais constante das mães, como acompanhantes dos filhos
autistas nas diversas instituições ou serviços, ampliando seu contato com os
profissionais. As mães da amostra passam a maior parte do tempo dentro da
escola e, enquanto aguardam seus filhos serem atendidos, acabam tendo uma troca
mais intensa de informações com os profissionais, seja informalmente ou em
trabalhos estruturados de orientação familiar. A não aceitação do diagnóstico
de seus filhos, a negação do problema ou sentimentos ambivalentes em relação à
criança e, consequentemente, menor contato afetivo, tanto com o filho quanto
com a esposa, fazem que os pais costumem ser mais ‘ausentes’ nos cuidados com
as crianças e tenham uma visão distorcida dos comportamentos apresentados pelos
seus filhos. As famílias em que os cônjuges mantêm um relacionamento afetivo
estável, além de participarem do tratamento da criança, costumam apresentar
níveis menores de estresse familiar.
No
aspecto comportamentos estereotipados e restritos, houve uma diferença
significativa entre os grupos para os escores de todos os avaliadores,
inclusive o avaliador A3. As médias e medianas dos escores dos avaliadores do
grupo de crianças autistas tendem a ser maiores do que as dos escores dos
avaliadores dos grupos de crianças com retardo mental e crianças surdas. Quando
comparamos os escores das crianças autistas e das surdas, verifica-se uma
diferença significativa ( p<0,05) entre os escores de todos os avaliadores.
O mesmo ocorre quando comparamos os escores das crianças com retardo mental e das
surdas, havendo diferença significativa entre os grupos para todos os
avaliadores.
Ainda
nesse aspecto, o questionário-piloto demonstrou um poder discriminativo entre
os grupos de crianças autistas ou com retardo mental e o grupo de surdas. As
médias dos escores das crianças surdas foram abaixo de zero para três
avaliadores, demonstrando uma ausência de sintomas ligados a estereotipias
motoras, rituais e à capacidade criativa nesse grupo.
Ao
se compararem os escores das crianças autistas e das crianças com retardo
mental, verificou-se uma diferença significativa entre os dois grupos para dois
avaliadores (A1 e A4), demonstrando que esse aspecto é fundamental para um
diagnóstico diferencial entre os grupos citados, já que, como veremos adiante,
no aspecto linguagem e comunicação, a exemplo do aspecto interação social
recíproca, também não houve diferença significativa entre os dois grupos. A
presença, nos autistas, de interesses sensoriais e preocupações estranhas,
apego idiossincrático aos objetos e rituais, quando somados à ausência da
capacidade criativa, são sinais importantes para o diagnóstico diferencial de
autismo infantil e retardo mental.
REFERÊNCIA:
Moraes C - Autismo Infantil, in. PsiqWeb,
Internet, disponível em http://www.psiqweb.med.br/,
2004. (Acesso em 07/3/2017 – 15:40 h).