Caros todos. Bem Vindos

Caros todos. Bem vindos. Por sermos eternos aprendizes, solicito suas críticas e comentários aos meus escritos. Obrigado.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

"RESENHA CRÍTICA"


E aqui estou, de novo, às escritas.
Ontem, 13 de setembro de 2.011, orgulhosamente, tivemos nossa primeira prova prática no laboratório de neuroanatomia na Faculdade de Psicologia de Garça.  Mais uma vez, o objeto de nosso estudo, o encéfalo, nos aguardava, inerte e prostrado à espera de nossas definições.  
O tempo era exíguo. Quatro (4) minutos para percorrermos as quatro bancadas existentes, o que nos dava um (1) minuto para cada uma e, em folha própria, nomear as regiões definidas com pequenas bandeiras. No total, tínhamos que definir perto de 20 delas.
Apenas dez por cento dos colegas cumpriram a contento a sua incumbência; o que é lamentável. Poderiam ter se saído melhores. Afinal, não era nenhum bicho de sete cabeças.
Por dever e consideração, devo enaltecer a colega Aline, a única que o fez em tempo recorde. (3’13” h).
De dentro do laboratório, elegido ao cargo de monitor, em posição privilegiada, observava meus colegas diante daquela, até então, inusitada situação. Não foi difícil detectar ansiedade e stress em muitos deles (Afinal é isso que estou estudando). Gestos, posturas e palavras os denunciavam. Alguns, até, de forma inconveniente.  Talvez pelo fato de que o resultado ali obtido contará pontos para sua avaliação.
É certo que as faculdades são muito competitivas. Há de sobressair-se os melhores. É certo também que, nessas ocasiões, algumas vezes, somos tomados por alguma ansiedade e por algum stress. É da natureza humana.
Mas, questiono: nós, estudantes de psicologia, deveríamos estar estressados, ou mesmo ansiosos, diante daquilo que nos propomos a conviver, talvez, pelo resto de nossas vidas? Ou seria, não por falta de excesso de dedicação aos livros, mas pela falta do hábito de estudo?
É certo que os caminhos do stress são tortuosos. Ele é uma herança nossa, adquirida de outras eras, em que a sobrevivência preponderava. Ao nos sentirmos ameaçados, o corpo reage, reajusta o fornecimento de energia para nossos órgãos e nos prepara: ou para a fuga ou para a luta. Haja adrenalina! Haja norepinefrina! Essa, por sua vez, causa aumento da reatividade das áreas do cérebro que a recebem, o que determina maior sensibilidade dos circuitos sensórios.
O contraditório é que, em minha profissão, nas lides forenses, onde muitas vezes o destino de famílias passa por minhas mãos, meu estresse é muito baixo. Às vezes, nenhum. Acredito que, por anos a fio, nos ensinos acadêmicos, fui treinado e preparado para isso.
Então, como bem me observou a professora Helena, o que causa stress não é a ameaça em si, mas nossa insegurança ao lidar com ela. Concluo também que o estresse é uma coisa boa. O aprender pode ser estressante; mas, ao final, é compensador por termos vencido o desafio a que nos propusemos.
Voltando ao estudo, muitos dos colegas são egressos de escolas púbicas; e, como é cediço, o estudo lá, não anda grande coisa. E faz tempo.
Então, entrar numa universidade, concluir o curso almejado é muito difícil. Mas, por outro lado, é dessas faculdades, e espero que a nossa se inclua, que saem as melhores cabeças, com novas ideias, técnicas e inovações.
Talvez devêssemos olhar alguns exemplos e segui-los. Sabemos que os asiáticos, em especial os coreanos, passam metade do dia estudando. Por ser um hábito seu, isso não lhe causa stress. Porém, se tiram notas baixas e levam vergonha à sua família, põe em jogo sua reputação; e, com isso, ficam muito estressados. Aqui, na cultura ocidental, onde mal estudamos dez minutos por dia, ficaremos estressados se tivermos que estudar meia hora. Ficamos mais tempo conectados à internet, vendo e divulgando futilidades, do que estudando.
Ficamos estressados se tiramos notas boas, pois seremos mal vistos pelos colegas e, muitas vezes, injuriados e xingados de nerds, c.d.f. e outros adjetivos desqualificativos.  
Sofrer com o estresse não é uma fatalidade. Devemos aprender a lidar com ele, da mesma forma quando estou atuando em uma audiência forense.  Como já nos disse, por diversas vezes em sala de aula o professor Wellington: “A dor é inevitável; porém, o sofrimento é alternativo”.  
Ficar estressado diante de uma simples prova avaliatória, cujo tema nos foram ensinados à exaustão, talvez seja reflexo porque estudamos de menos e isso há de refletir em nosso baixo desempenho.
Há estudos que mostram que, quanto maior a série, menos se estuda. Fica-se mais horas diante da telinha, durante o dia, do que debruçado sobre os livros, durante a semana. Portanto, com mais maturidade, deveríamos estudar muito mais.
Assim, por ontem, lições devem ser aprendidas e assimiladas, aproveitadas e incorporadas.
Se há estresse não é por excesso de dedicação e, sim, por falta dela; e, também, pela falta do hábito de estudar.
Estressado, pode ser aquele que nunca estudou direito.
Creio que, por solução (salvo melhor juízo), devemos estudar mais e aprender a lidar produtivamente com o stress.
                   Que venha a próxima.
                   

Um comentário:

  1. Olá Jamil! É assim mesmo!Parece que estudante pra ser bom tem que ser ou ficar estressado.Mas também com tantas circunvoluções em nossas cabeças tão diminutas...Brincadeirinha!Realmente essa cultura da competitividade é que atrapalha essa vida tão legal estudante e do profissional também.Bjs

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