Caros todos. Bem Vindos

Caros todos. Bem vindos. Por sermos eternos aprendizes, solicito suas críticas e comentários aos meus escritos. Obrigado.

terça-feira, 26 de julho de 2011

AMOR EMOCIONAL


AMOR... Ah, o Eterno Amor!


Aos casados há muito tempo; aos que não casaram aos que vão casar; aos que acabaram de casar, aos que pensam em se separar; aos que acabaram de se separar, aos que pensam em voltar...
Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima posição no ranking das virtudes, o amor ainda lidera com folga. Tudo o que todos querem é amar. Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique loucuras. Que nos faça entrar em transe, cair de quatro, babar na gravata. Que nos faça revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado. Tem algum psicólogo aí?
Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o quê? O amor. Mas não o amor mistificado, que muitos julgam ter o poder de fazer levitar. O que sobra é o amor que todos conhecemos o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filho. É tudo o mesmo amor. Só que, entre amantes, existe sexo.
Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus. A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta.Constante.
Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna. Casaram. Amo-te pra lá, te amo pra cá.
Lindo, mas insustentável. 
O sucesso de um relação duradoura exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de qualquer coisa, respeito ao outro. À sua individualidade. Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios; à fazer concessões. Alguma paciência.
Amor, só, não basta.
Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar. 
Amar, só, é pouco. 
Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar. Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psicólogo. Não adianta, apenas, amar. Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, ver futebol, tomar umas por aí, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou.
Mesmo após muitos e muitos anos de união, ainda persiste uma distinção básica entre homens e mulheres de forma a encarar choques emocionais. As mulheres, em média, nem de longe se incomodam tanto em mergulhar no dissabor de um bate boca conjugal, o que não ocorre com os homens. Estes, em sua maioria, acham isso desagradável e são mais avessos a irritar-se numa disputa conjugal, enquanto as mulheres não se incomodam muito. Enquanto os homens tendem mais a se fechar, a mulher é mais chegada a críticas ao homem. Na verdade, as mulheres são melhores administradoras de suas emoções. Enquanto elas tentam levantar e resolver discordâncias e queixas, os homens relutam mais em meter-se no que vão ser discussões acaloradas.
Na verdade homens e mulheres precisam de diferentes sintonias emocionais. É aconselhável aos homens não contornar o conflito, mas compreender quando a mulher faz queixa ou apresenta discordância, podem  estar fazendo isso como um ato de amor, tentando ajudar a manter o relacionamento saudável e no rumo certo.
Quanto às mulheres o fato delas serem muito intensas ao expressarem suas queixas, devem ter o cuidado de não agredir. Queixar-se, sim, do que eles fizeram, mas não criticá-los como pessoas nem manifestar desprezo. Queixas não é ataque ao caráter, Mas antes uma clara afirmação de que uma determinada ação causa ansiedade.
O que resulta dessas atitudes são crises incessantes, porque provocam SEQUESTROS EMOCIONAIS com mais frequencia e tornam mais difícil recuperar-se da dor e fúrias resultantes. 
É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, 'solamente', não basta. Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, falta discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado. O amor é grande, mas não é "dois". É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.

O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

REFERÊNCIA: "Inteligência Emocional" GOLEMAN, Daniel;RJ, Objetiva, 2007.

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